Só, Lua
Só, Lua
E hoje que sou Lua
consigo entender melhor a escuridão,
a solidão e os desfiladeiros.
Compreendo a sensibilidade da noite,
os temores do desconhecido ao viajor
Divagações sem respostas.
Hoje que sou Lua
percebo a fragilidade do tempo,
que tudo está fadado a acabar.
A relação das lágrimas com a solidão
As indas e vindas dos ventos de agosto
Inquietações do coração humano.
Somente sendo Lua,
Acompanho a tormenta dos insônios
Também o sono leve dos pequeninos
E enquanto a terra gira
A natureza vai cumprindo o seu papel
Algumas coisas não são como deveriam
Isto são resquícios da minha humanidade
Mas agora, sou só, Lua.
Victor Cunha
@c.vict0r