QUANDO EU MORRER...
Quando eu morrer
Mande fazer pequenas lágrimas
Em vidro, na cor verde.
E distribua-as entre os presentes
Simbolizando as lágrimas de crocodilo
Que estarão todos derramando!
E contrate um palhaço
Com roupas bem coloridas
Para que ele as distribua.
E quando perguntarem o porquê,
Diga que ele é o símbolo maior
Da hipocrisia que cerca todos os presentes.
Mas que não é um ato de agressão
E sim minha última vontade
A minha última forma de expressão!
Quando eu morrer
Não gastem pequenas fortunas
Com aquelas coroas de flores
Ou urnas de nobre madeira...
Se em vida não se preocuparam comigo
Não o façam agora, que não posso vê-las!
Apenas joguem terra sobre meu corpo!
Ao som que vem da natureza
E... Se sobrarem lágrimas de vidro...
Forrem minha tumba e me esqueçam!
Santo André, 20.10.07 – 16 h