Flor de cacto
Irônica, platônica
Flutuante,
Quando passo
E dou voltas
Pelo instante.
As tolices
Só se forem
Instigantes,
Luz e trevas
Na maleta
Do ambulante.
Flor de cacto
Minha água
Segue ardente,
No deserto
Vidro e flerto
Com a demência.
Sem cair
Nem fraquejar
No entendiante,
Habitando
Os conflitos da essência.
Bate o peito ofegante
Eu sou amante
Do que tinge
As minhas veias palpitantes.
Minha crosta
Espinhenta
Delirante,
Flor que brota
No teu copo embriagante.