Círculos

Retornar...

Eis o que me aflige.

E com a velha efígie

cunhada no ontem,

caminho de encontro

ao mesmo recomeço...

Sem fim...

O perigo de voltar

hoje é meu enredo,

e o futuro cortês

já não faz segredo:

eis me aqui outra vez.

Seguir...

Numa grande reta...

sem placa, sem meta,

nem ponte, nem nada...

Ao horizonte sem seta.

Partida sem chegada.

Por fim...

Os círculos só na poeira

de uma lembrança turva.

E sem eira nem beira,

numa forasteira curva

entre uma e outra reta,

minha vida se completa.