ANA VICÊNCIA
Vida, a vida te chama,
oh! negra Vicência!
Muitos filhos
esperam por teus braços:
eles querem o sol.
E pela costeira fostes chegando...
Mãos morenas,
mãos negras,
mãos escravas...
As lágrimas
foram fertilizando
o solo.
Os teus filhos
desabrochando
em outras vidas,
criando
essa casta multirracial.
João, Demétrio, Custódio...
Tantos já se foram,
foram tantos males,
tanto sofrimento.
Quanta ingratidão!
Mas tu resistes,
oh! mãe Vicência.
Suscitaste este chão,
com mão morenas,
mãos negras,
mãos escravas,
oh! Ana Vicência.