Despudoradamente, Lua
 
Entra na disputa das luzes bela e radiante!
Despe seu manto azul e, iluminada,
mostra-se de etéreo branco indumentada.
Convidando todos para a festa de gala,
despudorada, manda nudes e se gaba.
Atrevida, lança o desafio e, confiante,
sensualiza, cintila e murmura: Baba!

 
Imagem: Catedral de Campeche - Arquivo Pessoal

-***-

Linda interação do Poeta Aurismar Mazinho Monteiro. Grata!

Bem depressa, vem me ver
 
Vem me ver sob esta Lua
a cintilar em prata agora.
Minh'alma ainda é tua
desde os tempos de outrora.
 
Há no céu nuvens espessas
- vasto campo de algodão...
Minha boca amarga e seca,
diz doer meu coração.
 
Onde estás, que não vens?
Que fazes mundo afora?
Sabe, escuta bem,
meu peito o teu implora.
 
És pra mim o acalanto
que abranda o meu sofrer.
Na solidão, em fundo pranto,
eu suplico, vem me ver.
 
As estrelas no firmamento
não mais têm esplendor,
figuram opacamente,
como eu, sem teu amor.
 
Tão triste também a Lua,
se escondeu no algodoal.
Nesta noite, eterna, escura,
tua ausência é meu mal.
 
Ouve meus lamentos
e as lágrimas do meu ser.
Não me inflijas mais tormento,
bem depressa, vem me ver.

-***-
 
Marise Castro
Enviado por Marise Castro em 02/08/2020
Reeditado em 13/08/2020
Código do texto: T7024375
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