ISOLAMENTO

ISOLAMENTO

Nesse isolamento anti-social

Tudo parece tão antigo

Vivo voltando ao passado

Visto que o presente é ausente

E o futuro parecer inexistente

Lembranças pululam sem parar

Desde o não soar de sinos na aurora

Até estrelas perdidas no firmamento

Surgem dias de praias

Beijos em esteiras

Conversas de bobeiras

Encontros marcantes que

Não foram marcados

Pratos saboreados com

Temperos exóticos

Papos furados solucionando crises

Em bares e botequins

De pés sujos e limpos

Aquele amigo que virou onça

Aquela chuva solitária

A secura d’outras estações

O alarido de muitos em conjunto

A solidão escolhida e não a obrigatória

A tempestade crescente

E de repente até um chamado

Já pra dentro moleque

E aqui dentro agora

Tudo é saudade

Até do que ainda não viveu

Arnaldo Ferreira
Enviado por Arnaldo Ferreira em 02/08/2020
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