ALMA
E se houvesse um lugar onde poderíamos ser só alma?
Deixar o corpo, a matéria podre de fora, sentir da forma mais intensa, verdadeira e poética toda a magia da vida... e do nosso espírito.
Todo o ser que anseia por luz, mesmo que nas noites mais tenebrosas, em contradição desejássemos fugir. Voltaríamos ao início.
Caminhamos sozinhos, sorvendo as nossas dores em cada passo do caminho. Aprendemos a nos costurar quando o mundo nos rasga, afagamos os nossos demônios de estimação, eles deixam de ser assustadores se desafiados de perto.
E se não rimar os versos na poesia, ou no encaixe das letras harmônicas... Traduziríamos as mais belas sinfonias, através do coração.
Num sustenido, o amor bradaria o mais cético dos mortais, dizimando o corpo letárgico do abismo.
Ainda há fervor na fé, dos que se levantam na sobrenatural força da oração.