Flora

Flora perdia noites

e madrugadas,

pensando,

e tentando esconder o pensamento.

com o cigarro queimando nos dedos,

e não via nada além da ponta.

não sentia nada

além da dúvida

e da vontade de não estar só.

de se perder nas ruas da cidade

em algum bar

ou peito aberto.

seus desejos eram rios

que escorriam

para o mar,

mas era certo

que ela se perdia

só de pensar

em amar

como se fosse feita só de coração

Ah o amor,

ela queria

mas preferia dizer não

como se arrancasse uma flor

antes de brotar.

E as vezes

ela pensava em gritar

o nome dele,

e não um outro qualquer,

à beira da cama.

Mas ela não se viu crescer mulher

pra correr atrás

de quem não se deixa ficar.

e enfim

Ele era uma jangada sem destino

sem nenhum plano

não tinha nascido para o porto

mas sim

para o oceano

Rômulo Maciel de Moraes Filho
Enviado por Rômulo Maciel de Moraes Filho em 01/08/2020
Código do texto: T7023479
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