HOMEM DO SERTÃO
(Poesia escrita em memória do meu saudoso Vovô paterno, Gentil Brandão)
Homem do sertão
Pegava sua enxada e colocava nas mãos
E seguia, a caminho de sua plantação
Ali ele plantava, ali ele colhia, ali ele cuidava do pão de cada dia
Homem digno e muito trabalhador
Cuidava das plantas e dos animais com muito amor
Sempre ao lado de sua amada e companheira de nome Maria...
Que do fruto do vosso amor, ela gerou seus onze filhos
Todos muito bem criados e bem educados
Homem sempre acostumado com a vida do campo
Teve que um dia abandoná-la e ir para cidade
Onde se encontrava Dona Maria, sua fiel companheira
Que já não estava muito boa de saúde
Porque os anos vão passando e a idade vai chegando
E juntamente as forças também vão se acabando
Como era difícil para aquele homem
Viver em meio ao caos de uma cidade
Sentia-se como um pássaro preso em uma gaiola
Acordava cedinho e ligava o rádio para uma moda de viola escutar
Em seguida ia para o quintal, e lá se sentava e esperava o tempo passar...
Quem quisesse conhecê-lo, bastava passar em frente de sua casa
Que iria vê-lo, sentado em uma cadeira de macarrão
Ao lado de D. Maria, batendo uma prosa e lembrando do seu sertão
E assim, foi levando essa vida da cidade por alguns anos
Até que um dia, o pai celestial levou D. Maria para a paz eterna...
Deixando aquele velho homem em extrema tristeza e solidão
Sofreu por muito tempo pela perda de sua amada e eterna companheira
Se distraia quando alguém do sertão, fazia-lhe uma visita
Agora, queria vê-lo chorar, bastava no rádio a música do Chico Mineiro tocar...
E assim o tempo foi passando
Debilitado e fraco de saúde
Deitou-se ao leito, e ao lado de sua companheira foi estar...
Hoje ficam só as lembranças de um tempo que já se foi
A velha cadeira de macarrão ainda encontra-se no mesmo lugar
Permanecendo como lembrança e de recordação
Daquele velho e grande homem
Que tanto amava seu sertão.