Tempo-vento
Há um tempo-vento "novo" soprando em presságios
De novas eras, artes... reformados adágios
O que fala essa voz de vento,
Que veloz e sonora viola ouvidos desatentos?
Não respeita o relógio quebrado
Não permite espaço para estágios
Não abre a ninguém, privilégios!
Todos, todos e ainda aquele... aquela...
Uma vez aqui, pagam-lhe pedágio.
Indiscreto elemento invisível
INSENSÍVEL tato "elefantídico"
Temperamental como os revoltosos mares
Teocrático, rompe telhados, tédios, teias
Este tempo-vento “novo” de anos milenares
Táctil, áspero... escorre pelos dedos... areias.
Ganhador de litígios
Disparado em galope
Não se para o relógio
Isso seria um sacrilégio
Apagaria da esperança, o último vestígio
É aí, nesse vão do meu não domínio
Que solto o leme e... náufrago...
Quase afogando, aprendo a voar.