Inteira

O ponteiro apontava quase nada.

Eram vinte e duas angústias.

Não vens e eu não darei um passo.

Tão pequena que sou em teus braços...

Acalanto infindo, cálida loucura de em ti estar.

E o ponteiro continua a apontar.

Vais depressa, triste carrasco.

És sempre contrário às minhas vontades.

De tudo o que digo e sei;

a ti provarei que não és rei.

Carrasco morrerás, sem meu corpo, sem alma, sem nada.

Sou inteira do amor... sem lamento

do tempo,

sem medo do alento;

Sem ponteiro, sem porteira, sem eira e nem beira.

Só eu, eu... toda,

repleta,

completa...

INTEIRA.

Arilda Rufino