Fora do Ar
De popa a proa, fora do ar, simplesmente vago, à toa.
Nas mãos, fotografias, na mente um medo.
Penso, afago, penso até que mereço,
e por mais que penso, ainda que lúcido vivo toda essa loucura,
que me pega de jeito nas curvas que faço minha procura.
Cego-me na cor, fecho os meus olhos
para o alheio e para os anseios meus,
tanto por dentro, tanto por fora, mas sei que em nós
o vento sopra, vento sul, vento norte que vem
da solidão do tempo e dos momentos, de uma sala
empoeirada de saudade, que em algum lugar,
invadiu minha mente, roubando-me o tempo que olho e não
esqueço, tanto tarde, tanto cedo, tanto morro,
tanto vivo, tanto fez, tanto faz o muito que cedo.
Sentado ficarei esperando e quando me cansar, levantarei e
continuarei nas fotografias do tempo, simplesmente vagando,
de um lado a outro, olhando.
Ó cansaço, antes do derradeiro que me espera,
um dia te vencerei, e a felicidade se por justiça ou piedade,
alcançarei.