Lugarejo
Lugarejo
Sandra Ravanini
Lugarejo perdido na esperança empoeirada;
inda noutro dia, fugia dos medos e violências
das noites de covardia, ruindo tanta inocência
em cotidiana baliza à ira das madrugadas.
Vertigem que não passa nesse áspero lajedo;
sento e me rastejo a procura de não sei o que mais,
e sem querer sentir, a lentidão ecoa dos umbrais
sufocantes, lacrando a porta e o amanhã; já cedo!
Risível destino ajoelhado no frio azulejo
de pesadelos sem noites... e a mente em vigília
tenta não sentir o receio da aflita e sem valia
que espelha esse inseguro mosaico em que me vejo.
Fadário comum, em qualquer caminho eu fraquejo,
e falsifico o sangue e a sina engolindo esse dia
de aço e cansaço, qual o indício márcio que me guia
por toda data, ido e indo à esmo e mesmo lugarejo.
24/05/2007