Despertando das sombras

Absorto em caligens

Quisera a persona

Não mais refugiar a consciência

No limbo das certezas vãs

Entrevidas

Conhecerás o teu limitado quadrado

Do espectro de ação que o cerca

E o encobre no véu de maya

Ao avistar

Só a fé, verticalizará

Cessando com toda a fonte do temor

E com todo o fervor

Desintegra-se no breu

Para atravessar as veredas d'alma

Iluminando as sobras das sombras

Que o fizeram naufragar

No ciclo de mortes e nascimentos

O ser se entregará

A genuína regência

Ao adentrar nessa solitude

O vislumbre de toda beleza oculta

E o som do divino éter

Entrepostos, em todo o varal de estrelas

E nesse profundo negrume

Que poucos ousam cruzar

Encontrarás as sinuosidades de todos os abismos que nos habitam

Nesse ferrenho mar de escuridão que guarda toda a luz

Ah! Calma

Após a abertura do coração

A alma se integra na vastidão das tríades

Tornando-se uno na orquestra da vida

E por detrás dos bastidores

Que tudo rege

Serás guiado pelo silêncio que se expressa no anonimato

E tudo engendra

Nesse parecido vale do nada

Do não-manifesto

Que estás para além de todo sono

Sonho e do estado de vigília

A alquimia do hexagrama

Resplandecerá dentro do templo

E nessa unção da junção

Na terra e no céu, estarás consagrado

E o fogo sagrado, despertarás o que tu és

Espírito ...

Marcão Cruz
Enviado por Marcão Cruz em 29/07/2020
Reeditado em 28/01/2022
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