Fúria
Observo com detalhes
O calor da tua alma
A tua ardente fúria
Na luz de teus olhos negros
Que me derruba e me edifica
És tu, que flui em mim
O pior vício que provei
Deixastes-me dependente
E partiu
Com o silêncio me açoitou
Atingindo-me o peito
Perfurando o meu coração
Lá fora, reina a escuridão
A minh'alma grita
Deixe os corvos grasnarem
Deixe os lobos uivarem
Deixe a chuva cair como manto
E cobrir os nossos corpos
Martirizados
Os meus braços não te alcançam
Abraço o vazio
Frio
E tu, desvanece no vento
No cessar da chuva