Lava em Lava
como, bebo e me embriago
me estrago, me perco, me iludo
no tudo, sou nada
me entupo
sou gula, luxúria, embargo
e nada me inteira
pedaço, naco, parte
mas se no sopro me atento
e no silencio me encanto
ouço meu canto
e além dos pedidos sem fim
ou das pobres mágoas de mim
no fino som da pausa
sobre as culpas que guerreiam,
ouço minha voz
e ali onde sou
inteira me diluo
fluida me disparo
correnteza à cachoeira
que vaza dos poros
e lava
em lava