METAMORFOSEANDO
Ah! Como posso me perder se nem mesmo ainda me encontrei?
Encontro-me todas as tardes, noites e outra vez de manhã
E são tantas reviravoltas, tantas mudanças, eu bem sei
Sabe... Você já não é mais o mesmo de hoje de amanhã!
No tempo, apenas corpos e o presente permanecem, padecem
Mas somente o passado, o futuro, nossas ações e paixões
Insistem, persistem no tempo, lembram-se e se esquecem
Visitam, ansiosas, constantemente a morada das criações!
Ah! Na criação não se sabe o que é fato ou imaginação...
São antes agora a mesma coisa, emaranhados, enovelados!
E a arte da criação encontra ampla, profusa conciliação
Num limiar de atividade e passividade, assaz unificados!
Criamos num mundo que não criamos, mas que nos pertence!
Sonhamos, tentamos caminhos para um fim que não irá cessar
Então recomeçamos - contemplativa possibilidade perene...
Impulso natural, paradoxal, o pensamento sempre a rodopiar!