METAMORFOSEANDO

Ah! Como posso me perder se nem mesmo ainda me encontrei?

Encontro-me todas as tardes, noites e outra vez de manhã

E são tantas reviravoltas, tantas mudanças, eu bem sei

Sabe... Você já não é mais o mesmo de hoje de amanhã!

No tempo, apenas corpos e o presente permanecem, padecem

Mas somente o passado, o futuro, nossas ações e paixões

Insistem, persistem no tempo, lembram-se e se esquecem

Visitam, ansiosas, constantemente a morada das criações!

Ah! Na criação não se sabe o que é fato ou imaginação...

São antes agora a mesma coisa, emaranhados, enovelados!

E a arte da criação encontra ampla, profusa conciliação

Num limiar de atividade e passividade, assaz unificados!

Criamos num mundo que não criamos, mas que nos pertence!

Sonhamos, tentamos caminhos para um fim que não irá cessar

Então recomeçamos - contemplativa possibilidade perene...

Impulso natural, paradoxal, o pensamento sempre a rodopiar!

Alcântara de Suede
Enviado por Alcântara de Suede em 27/07/2020
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