Eu, mulher
Promíscua
Acabo e abandono tudo
Antes de me despedir
Vácuo
Dificuldade de criar laços
Preciso deixar para trás e acreditar
Que tenho razões suficientes parar querer voltar.
Renuncio
Porque não evoluo parada
Estagnada
Dou passos para frente
Sem olhar para trás
Recomeçar
Voltar a estaca zero
Zona de conforto
É a própria morte em vida
E eu me alimento de extremos
Mudanças
Dualidades
Tento não me paralisar
Com os meus privilégios.
Minha pira
Pilha
É ficar ligada
Carregada
Nas minhas potências
Lados opostos
Só funciono com meu
Polo positivo
Polo negativo
Completos.
Gosto do que é complexo
Do enfrentamento
Superar limites
Se não tiver eu invento
Não temer as perdas
Porque delas me fortaleço
Sou rainha mudas da oportunidade
O que vier
Eu agarro
Assumo
E sumo
Não receio a infidelidade
Não assino contratos
Que exigem a eternidade
Em meu dicionário só reconheço
A lealdade
De seguir o fluxo sendo eu mesma
Sendo solitária
Ao desviar de padrões pelo caminho
De tentar me emancipar
Dessa síndrome de impostora
Ao escrever esse texto
Carregado de tanto
Cinismo
Verdade.