NO MEU SILÊNCIO

Vou afundando no meu silêncio...

Nesse invencível pó do tempo

Noite absoluta sem estrelas

Coleção de flores nunca vistas

São postas a minha admiração

um sorriso brilha

Um gesto paira desenhado

Uma palavra se imprime

Uma figura se aproxima

Um verso antigo se inclina

Entre arabescos de mil giros...

(Porém, quase nada falo

porque falar não é preciso)

Tudo está coberto de perfume

Existe um rito em cada gesto

Deus consente que todos ouçam a música

Cantem com lábios tranqüilos

Deixem a luz entrar na sala

Como os beija-flores voando

Sobre as lãs macias de sedas...

Ninguém perguntou por mim

Não deram por minha ausência

Numa aventura tão larga e distante

Entregue a metamorfose da alma

Desci os degraus da solidão

Subi as escadas da razão

Num mistério de fábulas e linguagem

Que ao vento do mar se apaga...

Minha estrada recomeça...

Nessa translúcida muralha

Sem limites, sem vestígios...

Que opõem meu sonho vivido

Em passeios descansados

Numa vida plena e desejada...

Oliveira Vilma
Enviado por Oliveira Vilma em 24/07/2020
Reeditado em 24/07/2020
Código do texto: T7015669
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