BREUS, MEUS.
Eu preciso deixar
ir
voltar
rodopiar
cair
descansar.
Eu preciso deixar
que
o tempo siga
a ausência morra
o dia nasça.
Eu preciso deixar
tua mão
afagar meus cabelos
teu olhos contemplar os meus
minha orelha cheia de embriagues dos segredos
ao pé do ouvido
de liquidificador.
Eu preciso deixar
o dia de hoje ser o dia de hoje.
Preciso de um beijo na testa
um prato de sopa quente
um pequeno acalanto dos sons
dos teus olhos meus.
Eu preciso deixar a vida voltar.
Necessito de um abraço longo, apertado,
confortavelmente minha alma parece chegar à beira do mar,
do sal das águas que deitam-se no oceano.
Eu preciso de um vão
Um grande vão, sem cor, sem luz, sem exatidão..
Quem sabe, de longe de mim, de longe da necessidade de compartilhar de precisar de necessitar de um novo campo magnético ou do teu campo magnético...
Consiga, amiúde, preencher o caos com outras cores, outros risos, outros choros, outros afetos...
Eu preciso aprender
a ser só.