BREUS, MEUS.

Eu preciso deixar

ir

voltar

rodopiar

cair

descansar.

Eu preciso deixar

que

o tempo siga

a ausência morra

o dia nasça.

Eu preciso deixar

tua mão

afagar meus cabelos

teu olhos contemplar os meus

minha orelha cheia de embriagues dos segredos

ao pé do ouvido

de liquidificador.

Eu preciso deixar

o dia de hoje ser o dia de hoje.

Preciso de um beijo na testa

um prato de sopa quente

um pequeno acalanto dos sons

dos teus olhos meus.

Eu preciso deixar a vida voltar.

Necessito de um abraço longo, apertado,

confortavelmente minha alma parece chegar à beira do mar,

do sal das águas que deitam-se no oceano.

Eu preciso de um vão

Um grande vão, sem cor, sem luz, sem exatidão..

Quem sabe, de longe de mim, de longe da necessidade de compartilhar de precisar de necessitar de um novo campo magnético ou do teu campo magnético...

Consiga, amiúde, preencher o caos com outras cores, outros risos, outros choros, outros afetos...

Eu preciso aprender

a ser só.

Jailson Anderson
Enviado por Jailson Anderson em 24/07/2020
Código do texto: T7015639
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