Tardes de Julho
Eu já fui andarilho
Viajante no tempo
Revisitando um passado
Guardando alguns cacos
Que não mais me serviam
Hoje sou paradeiro
Um bom zelador
De meu próprio canteiro
Cuidando de cada flor
Redesenhando trajetos
Dou-me por inteiro
No jardim dos meus afetos
Já fui marionete
Do destino traquino
Redator imparcial
Das páginas em branco
Destinadas à história
Hoje quem sabe sou eu
Das fases de minha lua
As vezes pronta, noutras crua
Reaprendendo da vida
Que o diretor dessa arte
Vive dentro de mim
Esteja eu em qualquer parte
Já fui astronauta
Em distante planeta
Residindo em nostalgias
Ansiando um futuro
Em cima de muros
Hoje sou mais criança
Despisto afazeres
Brinco ao meio dia
Com sutís prazeres
De rimas escrever
Fazendo barulho
Dos alegres quereres
Em tardes de julho