Minha Alma
Minha alma suplica por coisa nova
Mas o novo acaba de existir
E o algo novo também.
Minha alma carece do imaginável
Não do que imaginam
Os inventores.
Quero escutar o cheiro da terra molhada.
Quero olhar o gosto leve dos passarinhos.
Quero ouvir o brilho áspero do grande sol.
Quero cheirar a cor adstringente da árvore.
Quero provar a voz latente do meu delírio.
Minha alma precisa repensar a coisa
De forma bem inusitada
E também estranha.
Minha alma na etapa em que está
Só deseja que a coisa não
Seja a mesma coisa.