Espelho, espelho meu, na noite quem sou eu?

Não sou ninguém, só algo perdido no prado,

Só mais alguém, confundindo entre outros laços....

Me sinto tão frustada,

Eu odeio absolutamente tudo em mim,

Estou farta, cansada

Pq eu sou assim?

Ao redor é tudo tão calmo e barulhento,

Mas a bagunça que tá aqui dentro,

Nunca vai me deixar ver além da cortina de areia

Sou quem eu não quero ser

Sou um pseudo de mim,

Deixar ir e me perder,

Esse é meu triste fim ...

Corujas noturnas,

Gritam suas histórias,

Sou eco, diurna,

Sou a própria escória.

Despojos da guerra,

Guerra que travo aqui dentro,

O meu eterno inferno,

É viver meu próprio tormento.

Eu não quero ser mais eu,

Mas eu não sou quem quero ser,

O meu eu morreu,

Estou pois a morrer...

Odeio a depressão,

Meu estado de dormência,

A tristeza e a solidão,

A eterna eloquência...

Me sinto tão sem rumo,

Mas moro nas estrelas do céu,

Sou meu abismo profundo,

Encarei-o tanto até tornar-se papel...

Papel dessa poesia,

Que outrora era árvore,

Assim é minha agonia,

A ansiedade do machado, que a árvore invade....

Pronto para devorar a floresta inteira...

....eu.

Natália Reis de Assis
Enviado por Natália Reis de Assis em 21/07/2020
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