Desculpas à saudade

Oh! Saudade injustiçada

Rogo a te o teu perdão,

Pelas reclamações das noites

Nos cantos de solidão

Pois sei que és inocente

Te chamei de inclemente

E outras culpas que te dão.

Isenta de piedade

Causticante, e renitente

Devoradora de gente

E mãe da calamidade

Doadora de sobejos

Madrasta dos meus desejos

Matadora de vontade

És da dor a promotora

Outro adjetivo teu

Causadora de gemidos

Flechando corações feridos

Acerta ricos e o plebeus

Da angustia fonte perene,

Do desespero és a farra

Onde a tristeza desgarra

Mãe noturna dos gemidos

Amores desconstruídos

Inspiração da cigarra

Mas na verdade Saudade,

Tu não tens culpa de nada.

Sempre é a paixão safada

Que diz que só faz o bem,

Roubando de quem não tem,

Assim usando o teu nome

Cria sonhos e não mata a fome

Dos sentimentos guardados

Paixão e dor são aliados

No maltratamento de gente

E nós que aqui te sente

Atravessa a madrugada

E tu, pobre coitada

Nos abraça e acalenta

E o ser que te sustenta

Prova do bem e do mal

Desculpe os meus insultos,

Acusas e maldições.

Eu defendo os corações

Do desespero e a mágoa

Quando dos zói cai a água

Quem sente assim se comove

Quando as dores das madrugadas

Com carinho são lembradas.

Só tu, saudade, resolve.

Genival Silva
Enviado por Genival Silva em 21/07/2020
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