MINHAS FÉRIAS
Estou fazendo minhas malas...
Olhando para o céu – cheio de mistérios!
Para ver que tempo faz, que tempo fará...
Pensando na estrada, nas barreiras,
Nas pedras soltas e fissuras...
Parto para minhas férias
Longe da cidade grande, será?
Que encontrarei o sossego que preciso?
Cansada de obrigações, decepções...
Onde reside a negação da própria vida?
Onde estão os meus amigos?
Onde se esconderam de férias?
Eu vou para a Ilha do Nanja
Onde se ouve a grossa voz do fogo
Subterrâneo – contar histórias mirabolantes.
O ar está cheio de nuvens sulfurosas
À beira das lagoas verdes e azuis
O silêncio cresce como um bosque
Sossego? Vou andando tranquilamente
Como num sonho perdido no tempo...
Poesia? As moças cantam e dançam
Cantigas de outra época
Os homens tocam e cantam
Em dias de festas pelas ruas
Atapetadas de flores por onde passam
Procissões que cantam e segue seu passo...
O dia amanhece todo azul com sol claro
Os passarinhos voam alegremente
De repente, tudo desaparece...
Uma névoa cinzenta envolve montes e praias
Não há maior distração do que contemplar
As inconstâncias do céu na ilha do Nanja.
Quando eu voltar de férias...
Nem vou precisar fechar os olhos
Já estou vendo os pescadores com suas barcas
E a moça a esperar seu amor na janela
De outra ilha cheia de inconstâncias e sonhos!