Melancolia CVII
Me esquento nas águas que sangrei
Vivo a dor que se ilumina na escuridão.
Faço a vida e vejo-a escorrer d'entre meus dedos
Está para acabar este amor que sinto por ti
Lembro como um sonho,
luz e sombras, risos e lágrimas.
Danço sob meu coração
E tudo que quero não está aqui.
Sou este instante que lhe escreve
textos sem marcar teu nome
Os corações lançam amor
Cicatrizei o banho gélido que tomei
ao cair do abismo.
E cá estou
A te escrever desde o início
E escrevo até o fim,
o breve fim que conhecemos tão bem.
A caça não mais foge
O Sol continua a queimar
as peles de quem não a sente mais
Os versos caminham,
amadurecem,
mas amam-te incansavelmente
Como pôde deixar meus olhos acinzentarem por ti
Não nos olhamos mais além da conversa
dos versos.
Não há mais sobre o que falarmos.
Deixo aqui meu amor,
meu beija-flor que não mais pousa no nosso amor.