# DE ONDE VENS?
Você que sentado nesse banco reflete, vem de onde?
Ah! De longe muito longe. De uma distancia sem fim.
De uma infância feliz, de uma mocidade intempestiva,
Venho das agruras da vida e cá estou, a pensar em mim.
Venho de dívidas insondáveis, não pagas e até esquecidas.
De brigas, com feridas não curadas, e de gente maltratada.
Venho do mesmo lugar onde deixei o tormento da dor
Da amargura cruel em delírio de uma mulher mal amada.
Esse banco de praça escora minhas errantes tonteiras
Revolve-me a mente, pensamentos em um amor fingido,
Noutra lida inflamo irreversível em terrível ódio mortal,
Alma perversa de quem preferia ter mil vezes esquecido.
Se sou um tipo sentado nesse banco sem companhia,
Agarro-me à vida a ponto de machucar sebosas unhas.
Mesmo que confundindo o drinks com a água potável.
ou ao infame, falso que em amigo meu se supunha.
Eita!, neca de chorar diante da ponte que ficará pra trás.
Caso com o presente, desquito do passado, olho o futuro.
Aqui me tens num banco qualquer em reflexões silenciosas.
Clareando a mente sabendo viver em um destino obscuro.
Moléstias são tantas dessas de fazer coleção às prateleiras
A maltratar um corpo velho calejado de dor anestesiante
bem pequeno na importância, mas grande na confusão.
Da cabeça esquecida no tempo onde sou mais um viajante.