FOME DE GENTE

Tragam-me uma mesa

Farta. Tenho fome.

Porém a minha fome

É desigual, diferente.

Sinto desejo de gente.

Gente decente, envolvente...

De mente brilhante;

De coração fascinante...

Gente que seja

Gente realmente.

Sem maldades na mente...

Gente que, ao passar pelo outro,

Não demonstre ser indiferente.

Gente que sinta,

Assim como eu,

Um desejo descomunal

De amar. Incondicionalmente!

E que busque a paz,

O amor... infinitamente.

Tragam-me uma mesa

Farta. Tenho fome!

Contudo, a minha fome

É incomum, invulgar.

Sinto avidez de gente.

Gente contente, elegante...

De olhar resplandecente;

De atitude deslumbrante...

Gente que esteja

Realmente gente – e permaneça.

Que novas conquistas tente.

E maneiras inusitadas

De amar, invente.

Gente que veja,

Assim com eu,

Que o tempo “não pára”,

Que só caminha pra frente...

E que a coisa mais preciosa,

Mais linda do mundo... é a gente.

Marcos Aurélio Mendes
Enviado por Marcos Aurélio Mendes em 19/10/2007
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