Viver assim

Viver assim

Viver assim que desabrocham as manhãs

Plenas de luminosidades alegres e sãs

A transbordar brincadeiras de rolos de lãs

Carregados pelas asas carinhosas das ninfas irmãs

É abrir os olhos para dentro do próprio peito

E sorrir, correr, voar, brincar, dançar sem jeito

Com sinceridade na alma e no respeito

Contido no sorriso ingênuo e sem trejeito

Da criança que habita em seu corpo perfeito.

Viver assim que a saudade pedir canções

À sua memória repleta de primaveras e verões

Sempre lembrados nas faíscas soltas dos balões

Presentes nas brincadeiras perdidas pelos salões

Ora relegados aos dissabores das divergências

Enfadonhas dos cotidianos vazios de ciências

Inutilizadas pelo tempo que insistimos em desprezar

Como quem rasga um bilhete sem importância

Esquecido no fundo de uma gaveta qualquer

Que um dia sua mão infantil encontrou por acaso

Em sua vida adulta na busca pelo que passou

E permanece latente em sua vida.

16.07.2020

Alexandre Sansone
Enviado por Alexandre Sansone em 16/07/2020
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