O VENTO DO MAU PRESSÁGIO
Ele tomou sua última xícara
Do café da manhã,
O sol estava se pondo
Enquanto ele carregava
Sua espingarda.
Ele entrou na sua camionete
Em direção da cidade
Parou na casa do mais próximo
E distante vizinho
E com um olhar estranho
Falou que se não voltar
Ele poderia cuidar do seu rebanho.
Chegando nas luzes da cidade
O vento do mau presságio
Soprou forte na sua nuca,
Ele parou no mesmo bar
E com um pálido e frio olhar
Ele procurou aquilo que o vento
Sussurrou em sua mente
Ele não achou nada ali
E caminhou lentamente.
Olhando pelo ocaso da noite
Ele vê sua mulher
Com um homem desconhecido
Dividindo toques e cigarros
Entre o vidro um carro,
Ele parou na frente
Com a espingarda na mão
Sem dizer nada ele sentia
E o vento do mau presságio
Soprou forte em sua nuca
Ele sentia a cólera nas veias
Ele sentia a morte negra na sua mão
Debaixo do brilho da lua cheia.
Ele poderia acabar com aquilo
Sem Deus saber o porquê
Mas ele pegou sua espingarda
E com um olhar embaçado
Virou as costas e saiu calado,
E o vento do mau presságio ficou quieto
Soprando devagar em sua nuca
Ele respirou fundo
E o brilho da lua em seus olhos
Refletiu a paz do agora
Voltar no seu corpo,
As vezes é melhor ir embora
As vezes é melhor ir embora.