A percepção e a Serra
Foi nos velhos trilhos da Serra do mar
Na relatividade de um passo em falso
Que eu percebi a intermediação do nosso acaso
Esse espaço entre dois nadas
O nada interno desse tudo
O irrisório segundo da Eternidade
A corda bamba da Necessidade
O grito mudo
De mentes atravessadas
Foi nos velhos trilhos da Serra do Mar
Entre o medo e a paz
Entre nossa peste e a pureza
Acima das nuvens
Abaixo de tudo
Que a percepção do imperceptível veio à vista
No piscar de dois olhos cegos
Em um passado morto
Em um futuro impossível
Em um presente que nem sei
Olho para as pessoas
Volto os olhos ao céu
Volto os olhos à terra
Então percebo
Minha própria observância
Espelhada.