A percepção e a Serra

Foi nos velhos trilhos da Serra do mar

Na relatividade de um passo em falso

Que eu percebi a intermediação do nosso acaso

Esse espaço entre dois nadas

O nada interno desse tudo

O irrisório segundo da Eternidade

A corda bamba da Necessidade

O grito mudo

De mentes atravessadas

Foi nos velhos trilhos da Serra do Mar

Entre o medo e a paz

Entre nossa peste e a pureza

Acima das nuvens

Abaixo de tudo

Que a percepção do imperceptível veio à vista

No piscar de dois olhos cegos

Em um passado morto

Em um futuro impossível

Em um presente que nem sei

Olho para as pessoas

Volto os olhos ao céu

Volto os olhos à terra

Então percebo

Minha própria observância

Espelhada.

Petito
Enviado por Petito em 13/07/2020
Código do texto: T7004901
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