RÉQUIEM SARCÁSTICO
No espelho da alma, o reflexo da dor
manchado por lúgubres sentimentos.
Dilacera-se o coração virgem de amor,
a morte beija-te os lábios macilentos.
Inicia-se o fim, em silêncio sepulcral.
A face que revela intrínseca morbidez
inda jovem jaz pela infinda sordidez.
Um sudário a encobre, funesto ritual.
Mútuo anátema de desígnios profanos
faz-se presente no réquiem sarcástico.
Formas aladas entoam cânticos arcanos
para o gélido sangue e o corpo estático.
in: Desígnios & Desejos, 2017.