sem as sombras de ti

a tua visão tosca, careta não me apaga, não me pega, não me contagia

ela nem a ti te serve

engana a ti mesmo

míope da serventia

do engodo bastardo

nenhma esquina remota te seleciona

porque não te avista

porque és a negação de ti mesmo

pelos corredores que tu mesmo traçastes

com os dogmas do teu passado sem vida, sem cheiros, sem cor,

com teu futuro fedorento

rente com a promiscuidade avarenta que a ti mesmo te sugas...

a tua visão cega não me atrae,

não me repele e não me pega

e não me apagas

quanto mais tu tentas

apagaras a ti mesmo

e na escuridão de ti mesmo traças os teus caminhos sem fertilidas

Oh erro absoluto do teus erros negados

pela mediocridade sonolenta

a tua covardia se estremece diante de mim

pois nem quero saber quais os complexos que te guiam

vives em "nós" sedentos do prazer que tem de tua vida opaca, rota, oca,

sem pulsão, que convulsiona nos poentes sem sóis

vida comedida pelos vínculos dessa tua razão cega

tardia herdada das prateleiras moribundas caducas

tu não enganas nem a ti mesmo

e nem percebes os vieses de tua soberba

tontice colorida de esperteza

segues com tua cegueira

e esbravejas diante dos que em ti nada ver

apenas falta-te as sombra de ti,

fantasmas de ti mesmo

que de ti sobeja

e cospe em tua cara

os sabores do que tu não és

Equívoco dos equívocos

estradas sem poeiras

dos teus caminhos sem pedras

das tuas cegueiras com guias cegos.

Raimundo Carvalho
Enviado por Raimundo Carvalho em 11/07/2020
Reeditado em 16/05/2021
Código do texto: T7003161
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