sem as sombras de ti
a tua visão tosca, careta não me apaga, não me pega, não me contagia
ela nem a ti te serve
engana a ti mesmo
míope da serventia
do engodo bastardo
nenhma esquina remota te seleciona
porque não te avista
porque és a negação de ti mesmo
pelos corredores que tu mesmo traçastes
com os dogmas do teu passado sem vida, sem cheiros, sem cor,
com teu futuro fedorento
rente com a promiscuidade avarenta que a ti mesmo te sugas...
a tua visão cega não me atrae,
não me repele e não me pega
e não me apagas
quanto mais tu tentas
apagaras a ti mesmo
e na escuridão de ti mesmo traças os teus caminhos sem fertilidas
Oh erro absoluto do teus erros negados
pela mediocridade sonolenta
a tua covardia se estremece diante de mim
pois nem quero saber quais os complexos que te guiam
vives em "nós" sedentos do prazer que tem de tua vida opaca, rota, oca,
sem pulsão, que convulsiona nos poentes sem sóis
vida comedida pelos vínculos dessa tua razão cega
tardia herdada das prateleiras moribundas caducas
tu não enganas nem a ti mesmo
e nem percebes os vieses de tua soberba
tontice colorida de esperteza
segues com tua cegueira
e esbravejas diante dos que em ti nada ver
apenas falta-te as sombra de ti,
fantasmas de ti mesmo
que de ti sobeja
e cospe em tua cara
os sabores do que tu não és
Equívoco dos equívocos
estradas sem poeiras
dos teus caminhos sem pedras
das tuas cegueiras com guias cegos.