o poder da boniteza

Parafraseando a psicologia de Jennefer Delagado Suárez, os desdobramentos que se manifestam do poético são como dardos em formas de palavras, sons, cores, texturas, imagens, gestos, cheiros que vão direto para a parte emocional do cérebro humano.

Há desdobramentos ou pulsações póeticas - vindas do contato de diversos tipos ou categorias de pulsações oriundas do - teatro, da dança, da música, da pintura, de desenhos, do grafite etc. Há neles um fio poético que pode nos deixar ligados, antenados, sintonizados através desse viés de beleza que emana de cada obra, cena, imagem, sons, cheiros ou qualquer desdobramento com teor não pramático, sem fins s lucrativos, utilitaristas - portanto, é possivel emanaar o tão forte elo de boniteza como um tsunami emotivo em qualquer pessoa ou não. Esse fenômeno não escolhe cor, raça, etnia, religião, letramento, classe ou gueto. Qualquer um pode sentir a pele arrepiar diante de um momento poético, diante desse instante de boniteza e de alegria que faz a alma inundar-se de prazer e o corpo estremecer de alegria dando origem a movimentos corporais não condizentes com os movimentos do mundo exterior propagados através dos meios de comunicação, da midia, da publicidade, etc.

Esse corpo em estado de poesia age com a beleza, com a boniteza de cada um ser o que é realmente: único, singular compondo a pluraridade do seu lugar.

A poesia tem a capacidade de enviar poderosas mensagens emocionais e ativar a reflexão ainda que seja certo dizer que o maior prazer que sentimos ao ler um poema, como quando nos defrontamos a uma obra de arte, diante de uma peça de teatro, de um show musical, de um espetáculo de dança, um recital de poesia ou de uma manifestação da cultura popular - no caso das pulsações das Folias de Reis Roubado, não provem de uma reflexão profunda mas de sensações que podemos experimentar ao contemplar ativa ou passivamente: ouvindo, vendo, se envolvendo ou apenas contemplando deixando a fruição tomar corpo. Na verdade, Vladimir Nabokov disse que não se deve ler com o coração e com o cérebro mas com o corpo inteiro.

Ousamos dizer que não se deve se envolver com toda e qualquer obra de arte ou toda e qualquer pulsação que se manifeste na cultura popular, nas Folias de Reis Roubado, não somente com o coração ou com o cérebro mas com o corpo com toda sua verdade, ativa ou passivamente, cada corpo envolvido reagirá de forma e de maneira distinta, mas é inegável a reação dos corpos como ativo ( dentro das Folias ) ou passivo ( fora da brincadeira, só na apreciação)

As pulsações que acontecem nas Folias contagiam através de sinais como um arrepío, um leve sorriso, uma gargalhada, um balançar de órgão - perna, braco, cabeça ou do corpo inteiro ou simplesmente no aparente silêncio de cada um.

Neurocientistas da Universiadade de Exeter descobriram que o nosso cérebro processa a poesia de forma diferente da prosa.

É o que nos faz afirmar o que nos diz EDGAR MORIN - que a vida prosaica difere da vida poética pois a primeira nos diz respeito aos nossos compromissos diários, rotineiros, cotidianos que fazemos por obrigaçao. Das coisas mensuradas pelo lastro da razão como fruto da nosa modernidade tardia. Atividades como escovar os dentes , ir ao trabalho, ao banheiro. Atividades que de tanto serem repetidas acriticamentee nos anestesiam nos fazendo enxergar apeans como triviais. E a vida poética que nos diz respeito à fruição das coisas inúteis, de teor passional, da boniteza, da alegria de viver poeticamente. De viver estesiado diante da poesia que pulsa e irriga cada coisa com sua razão de ser descrivada do caráter útil.

Qual o preço de um por do sol, de um luar, de uma flor que se abre com a simples função gratuita de perfumar e colorir nosso olhar, de uma pássaro a riscar o céu com seus movimentos de dança, do barulho da chuva no silencio de uma tarde. De um sorriso que se desdobra por entre as paredes da eternidade.

Essa narrativa que a filosofia de vida latiinoamericana nos fala do "vivir bien" ou do bem viver em oposição ao "vivir mejor" viver melhor que Evo Morales divulgou na ONU em caráter universal.

Raimundo Carvalho
Enviado por Raimundo Carvalho em 11/07/2020
Reeditado em 16/05/2021
Código do texto: T7002570
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