Onírico madrigal

Acordou atônito,

Sonhou que conduzía-se,

Em um bairro de perifería,

E a fome lhe acossou por alí,

Em cada canto,

Daquela Perifería,

Um comércio na madrugada,

Com carne assada cheirando,

Num esforço,

Aquele bairro,

Tentava exibír uma evolução em sua estrutura,

Mas,

Os maloqueiros,

Continuavam,

Nas patotas de esquina,

Com suas garrafas de misturas alcóolicas,

E,

Em meio a muito esforço,

Catou quarenta e cinco reais brasileiros,

De seu bolso direito,

E,

Pedíu um fiapo de carne gorda,

A fim de ingerír,

Não sentíu o gosto da carne,

Que cheirava tão bem,

Desesperado,

Acordou na cama,

Naquele frio terrível,

Entre os inúmeros cobertores,

Foi ao prato,cinco da manhã,

E após lavar-se,

Comeu o guisado,juntamente do macarrão,

Um doce achocolatado,que outro,após,

E café gelado,

Não era a primeira vez,

Que acordava,justamente,

Quando começava a chover,

Dando para colher,

As roupas do varal há tempo.

Deus exíste mesmo.