Leis dos doentes
Confie na lei que vão escrever
No desespero eles saberão fazer,
O que não fazem na calmaria.
Confie sim, minha cria, que será honroso
Uma lei feita pelo "estudioso"
Que no seu mundo é tudo belo
Mas de areia será esse castelo
Pois nessa regra não te acudia
As minhas projeções são agudas
E quando penso, me espremo
Não consigo passar para frente
Vejo o passado, preso ao presente
Memórias à golpes de fardo extremo
Leis das piores, pros mais desgraçados
Junto à chaga, que deixará seu legado
Um dolo de erro do ágio supremo
A chuva caindo, contando o tempo
E esse céu cinzento, como filme antigo
Ventos fortes, o uivo, sinal de perigo
Cada sopro é um anseio de desabamento
E jogados ao relento, estão todos os dias
As cantigas mais frias e também as dementes
As pessoas doentes, da mente arredia
Todo mundo é cria do descontentamento
Será mesmo que o ar que respiro e inspiro
Pode, num só suspiro, me aniquilar?
Só saindo a rua, pra não acreditar;
Estamos todos doentes, humanos carentes
Mentirosos como sempre, odiando estar
Os corpos em peito estufado, cabeça erguida
E alma encolhida em posição de acoado
As ruas ativas de gente perdida, porém confiantes
Ambulantes, trabalhadores e seus semblantes
Quando for de ser pago, tudo isso será quitando
A golpes de destrato em tratado assinado
E por sua vez, serão Leis de machucar
Sempre a alma a se molestar, repetindo a história
Pobres seres sem memória, inocentes errantes do acreditar