JUÍZO FINAL

Hoje vivi o inferno do existir

debruçando-me no nascer

dos declives da vida.

Forjava-se ali o suplicio

visitando a fronteira do tempo,

já não existia a intensidade

do conviver,

indomáveis as águas do existir,

o pensamento viajava

na brandura do silêncio,

desfolha o deslizar da aurora

na pura emoção

das horas longas dispersivas

nascendo submissas

inquietando a razão

suscitando os filamentos humildes

distinguindo os cantos do amor

que secou com a fonte

do silêncio...