O louco

O louco imaginário habita os interiores,

transborda nas capitais.

Seja onde for,

transita no contraste da rua,

impõe espaço aberto ao tempo.

Alguns chamam de tragédia,

outros de comédia.

Enquanto um chora,

outro ri.

Mas, nos últimos tempos,

a risada incomoda e o choro não conforta.

O louco foi afastado,

mesmo que não quisesse,

salvo se seguisse ordem e progresso.

Um dia,

qualquer um,

fica louco.

E, nesse dia, um louco pode matar ou amar.

Aparecerá quem se alimenta melhor.

O louco pode matar a norma,

amar a amora.

Viver por aqui,

morar acolá.

O louco pode falar,

denunciar e

até morrer, morre.