LINHA DO MEIO
Hoje deixo passar os ruídos estridentes
Nem dou ouvido aos sons entorpecentes
Faz algum tempo, agucei minha audição
Na direção de equilibrada estação
Houve um tempo em que
O burburinho do mundo
Algum alento me ofertava
E vozes alteradas me amedrontava
Num dia de há muito além
A meditação me acolheu
Num murmúrio sem som
Uma sinfonia de paz me envolveu
Desde então, todo estrondo
Rugido, trovão, ou vozeirão
Não me causa espanto, nem receio
Aprendi a caminhar pela linha do meio