Meu carnaval sem fim
Tem um carnaval morto em mim.
Um desfile inteiro
de mascarados alucinados
e esguias colombinas inebriadas
de loló.
Ilusões de pagã seminudez.
Alas inteiras de depravação,
assassinas paixões de um beijo só.
Blocos de alegria, de sol, de samba e esquecimento.
Tem um carnaval morto em mim,
que tento reviver e botar pra desfilar
sempre que sorrio,
mas ele nunca anda
e meu coração machucado
pelo amor,
mas estranhamente feliz
pelo simples fato de existir
ainda tenta comandar, cabisbaixo, toda a festa moribunda.
Tem um carnaval morto dentro de mim
que parece estar sempre
entre a felicidade
e a tristeza
da quarta-feira de cinzas