Magia que aquieta
Fechou a porta e saiu, sem olhar
para trás,
levou somente a roupa que usava,
sonhando,
olhando a lua ainda cheia,
não havia muito o que dizer, cantava.
Não sabia calar,
vez por outra parava e escrevia,
desabafava.
Não era poesia, prosa, nem conto,
mas tinha voz, tipo
carta confissão,
com gosto e amor pela vida,
frases de inocentes palavras.
Era um amor saindo pelos poros,
era uma loucura,
inspiração que queima e desorienta,
sem mágoas, culpas, era amor,
desses que com a ausência
não se contenta.
Morrer à sorte, a ninguém convém,
buscava uma magia que tudo aquieta,
faz a dor esquecida.
Não era um ninho se desfazendo,
era sonho solto, pedindo guarida.
Era um querer soprar as cinzas,
jogando para longe a desilusão,
queria abraçar a vida, sem poesia,
feito um beija flor aflito,
era um coração curado, sem passado,
de sussurro e não de gritos.