PROMETO QUE NÃO VOU CHORAR, MAS CHORO...

Prometo que não vou chorar, mas choro...

Quando extravaso meu limite de sentir dor

Quando minha capacidade de suportar

Segura minha coragem pela mão e vai embora,

Quando a garganta que deveria gritar

Fecha-se em laços a me sufocar.

Prometo que não vou chorar, mas choro...

Porque sou impotente diante das catástrofes

Porque não consigo este mundo melhorar,

Porque às vezes até pioro

Aquilo que deveria consertar.

Prometo que não vou chorar, mas choro...

Pela saudade que parece me sufocar,

Pela ferida que não quer cicatrizar,

Por saber que devia me libertar

Daquilo que me faz mal, mas que adoro.

Prometo que não vou chorar, mas choro...

Porque sou incompreendida,

Sem chances de me explicar,

Por ser algumas vezes esquecida

Sem ter coragem de abandonar.

Prometo que não vou chorar, mas choro...

Pelas injustiças que vejo, pela dor que trago no peito,

Pela falta de amor e de respeito.

Pela fome, pela miséria, pelas guerras,

Pelo terrorismo e pelas doenças de nossa era...

Prometo que não vou chorar, mas choro...

Por discordar, não aceitar, não entender...

Que tanta solidão, tristeza, dor e padecer

Seja porque as pessoas preferem o rancor

E fogem com medo do amor.

03/2007.

Ângela M Rodrigues O P Gurgel
Enviado por Ângela M Rodrigues O P Gurgel em 18/10/2007
Código do texto: T699811
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2007. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.