Vida em movimento...
Um dia sonhei com o que vivo agora, trabalhando, estudando, viajando, vivendo experiências gastronômicas pelo mundo, estabelecendo laços com pessoas, guardando na memória cada oportunidade.
Embora, tenho feito tanta coisa, quero fazer mais. Eu sinto que sempre falta alguma coisa, sabe aquele desejo que não cessa?
Então, é isso, o desejo me movimenta, me faz andar por lugares que nunca imaginei antes, a desbravar o mundo mesmo com medo, a questionar as respostas prontas, e sabe, é um percurso solitário, singular, mesmo que o outro esteja ao meu lado.
É bem verdade que, pessoa alguma vai viver a sua vida por você, isso aprendi cedo, ainda menina. Ninguém sentirá o que eu sinto, ninguém observará o que eu vejo, ninguém chorará a minha dor, ninguém compreenderá o meu amor.
E nem precisa. Parece até loucura, mas pra mim, a beleza está nisso, no diferente, em cada um seguir por onde desejar, se responsabilizar, viver mesmo sabendo que a falta estará presente nos lembrando que somos humanos, não deuses.
Tem dias que a falta me abraça, e choramos juntas, tem dias que mando ela pastar pra arejar a mente, é uma relação de amor e ódio.
Ainda não conquistei tudo, e nem pretendo. Ter tudo que se deseja é um tremendo desastre. Digo desastre porque a falta nos faz caminhar, nos faz estar em movimento.
Talvez seja isso o maior presente que recebi da vida, a falta, sem ela não estaria onde estou hoje, nem aprenderia que a completude é uma ilusão inalcançável.
Ter tudo, ser completo, pleno como muitos falam por aí, é da ordem do impossível.
Prefiro a imperfeição, a incompletude, é a falta que me faz caminhar, se estamos vivos, com faltas, então estamos em movimento.