Soneto para um menino distante

À noite, em sombras, me vem cativante

A figura de um menino distante:

A amada que desfaz em saudade

Do irmão adormecido ainda à flor da idade

Da catedral sedestre à alameda cinzenta,

Ergue-se no cimo uma prece libenta

Suspensa como se tocasse um sino

Para a alma inocente do menino

Do cipreste desprende um vaga-lume,

Vejo o menino contemplar o lume;

Cintilando declina a noite fria

Meu Deus! Eu com essa fantasmagoria

Vejo novamente a amada no costume

De rezar sob a luz da vela que ardia