Aberrante






Todo jeito de amor intenso não é excesso, 
não tem intenção de sufocar, é amor,
impulsivo,
incompreendido, desesperado, louco, 
mas não quer aprisionar, o amor só deseja amar.

Não é sobre o que você é, mas sobre
o que julgamos que somos...
somos segredo, mistério, brilho e escuridão.
Somos a metade das nossas metades,
vamos deixando os nossos medos,
e angústias em círculos no mesmo chão.
Somos amor, somos uma grande ilusão.
Já o amor é brasa, é chama, não entende, 
não aceita os tantos nãos.
O amor se dá de presente, se entrega
demais, e para aparecer, se fantasia com uma
cor aberrante,
mas apenas incomoda e não chama à atenção.
O ser amado, seria incapaz de imaginar,
por mais que a sua alma fosse feita
de poesia, um amor assim, não entenderia,
nem poderia alcançar.
Não me conte sobre a vida, quero sem pressa,
a voz dos ventos escutar, só preciso de mais um dia,
para ouvir um pássaro, outro, mais outro
pássaro pousando aqui ou acolá.
Entender seu canto,
eles soltam talvez o amor num grave grito,
de dor ou de felicidade?
Do meu jeito vou traduzindo, um deles está dizendo 
que o nosso coração é o culpado, pois o amor
é uma floresta escura de solidão e saudade.
Liduina do Nascimento
Enviado por Liduina do Nascimento em 06/07/2020
Código do texto: T6997379
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