Que nada vê, que nada sentes

O tempo mora em mim,

Do lado de dentro

O tempo sem endereço,

O começo não é o fim...

Nem o fim é o começo.

Há um lugar dentro de mim que não me pertece, nada está imóvel, estou caindo, não percebo obstáculos, não sinto a gravidade.

O universo paralelo.

Anjo sem asas, entre os barulho dos carros, pessoas conversam na calçadas, em alguns canteiros o som estridente do canto da cigarra, diz que vem no chuva no final da tarde.

Vejo com olhos de dentro, o estresse, ninguém me vê, nem minhas dores, nem as minhas chagas...

Ninguém escuta os meus passos.

Ninguém, nada de mim sabe...

O tempo mora em mim do lado de dentro...

Eu sou imperceptível ao olhos agitados, essa vida turbulenta aos caos da cidade.

Sou como você pinta,

Eu sou como o vento no de quadro de tinta.

Eu sou os beijos escondidos na face dos olhos, surreal aos teus sentimentos.

Que nada vê

Que nada sente.