Cotidiano Poético
A poesia que procuro não se restringe aos livros,
Ela está na prosa diária da dona de casa com seus bichos,
Na conversa com a planta que se renova com água, sol e afeto,
Na alegria da criança com seu brinquedo predileto.
Na timidez do solitário com seus amigos imaginários,
Na mesa do boteco, com seus causos, goles e excessos.
No encontro das moças, com seus risos e segredos.
No harmonioso movimento dos corpos,
Ora cadenciado, ora em sofreguidão.
Na liberdade das palavras desconexas, sem métrica, censura ou padrão.
Percebo poesia na lira dos dias.