Meu cajueiro
Meu cajueiro não é meu, é do teju
Que aparece embaixo dele
O maxixe que nasceu deve ter vindo
Voando com passarinho
A poesia que aqui nasceu veio
De uma mudinha de planta
Que encanta
Que cresce com brilho
O fruto do meu coração caído
Dependurado
Amargurado, rançoso
Travado
Cresce verde florido
No brejo pra não virar pasto
Resiste quieto
Como porco-espinho
Preso no galho
É grama, é mato
Que mantém protegido
De qualquer outro ingrato
É cor do meu muro fingido
De muralha do meu castelo
É rima do meu verso perdido
Que não deixei esquecido
Mas cantei em martelo.