Meu cajueiro

Meu cajueiro não é meu, é do teju

Que aparece embaixo dele

O maxixe que nasceu deve ter vindo

Voando com passarinho

A poesia que aqui nasceu veio

De uma mudinha de planta

Que encanta

Que cresce com brilho

O fruto do meu coração caído

Dependurado

Amargurado, rançoso

Travado

Cresce verde florido

No brejo pra não virar pasto

Resiste quieto

Como porco-espinho

Preso no galho

É grama, é mato

Que mantém protegido

De qualquer outro ingrato

É cor do meu muro fingido

De muralha do meu castelo

É rima do meu verso perdido

Que não deixei esquecido

Mas cantei em martelo.

Rodrigo Leonardo Costa de Oliveira
Enviado por Rodrigo Leonardo Costa de Oliveira em 04/07/2020
Código do texto: T6996229
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