Luz Estranha

Quando dos olhos escorrem

As amarguras das horas feridas

E os silêncios escuros cobrem

Os sóis das tardes corrompidas...

Quando a lembrança não apaga

Os rastros do que deveria ser

E a minha poesia cúmplice divaga,

Me escondendo do que não quero ver...

Então não dirá o poema - e ninguém o proíbe -

Que essa loucura nua que o acompanha,

Não quer vestir-se e mais se exibe,

De nudez exposta a uma luz estranha.

Porque essa luz me projeta e me devolve

Ao tempo das esperanças fartas e fortes,

Fantástico sonho que me envolve,

Exumando todas as minhas mortes!

Santiago Cabral
Enviado por Santiago Cabral em 03/07/2020
Reeditado em 03/07/2020
Código do texto: T6995017
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